quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Madre Teresa: por que Cristo, sendo rico, escolheu a pobreza?


"Seria uma vergonha para nós sermos mais ricos do que Jesus, que, por nossa causa, suportou a pobreza"

A seguinte reflexão sobre a verdadeira riqueza é um extrato do livro “Amor maior não há” (“No Greater Love”), da Santa Madre Teresa de Calcutá.
As riquezas, sejam elas materiais, sejam elas espirituais, podem nos asfixiar se não fizermos delas um uso adequado. Porque nem mesmo Deus consegue colocar coisa alguma num coração que já está cheio: mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, reaparece o apetite pelo dinheiro e a avidez por tudo o que o dinheiro pode proporcionar – a procura pelo supérfluo, pelo luxo na comida, no vestuário e no entretenimento.
As necessidades começam a aumentar; uma coisa atrai a outra. Mas, no fim, se acaba com um sentimento incontrolável de insatisfação. Permaneçamos o mais vazios possível, para que Deus possa nos preencher.
Nosso Senhor é um exemplo vivo disto: logo no primeiro dia da sua existência humana, conheceu uma pobreza que nenhum ser humano jamais conhecerá, porque, “sendo rico, fez-Se pobre” (2Cor 8,9). Cristo se esvaziou de toda a Sua riqueza. É aqui que surge a contradição: se eu quiser ser pobre como Cristo, que Se fez pobre embora fosse rico, que devo fazer? Seria uma vergonha para nós sermos mais ricos do que Jesus, que, por nossa causa, suportou a pobreza.
Na cruz, Cristo foi privado de tudo. A própria cruz lhe fora dada por Pilatos; os pregos e a coroa, pelos soldados. Estava nu. Quando morreu, despojaram-no da cruz, retiraram-Lhe os pregos e a coroa. Foi envolto num pedaço de tecido dado por uma alma caridosa e foi enterrado num túmulo que não Lhe pertencia. E isto quando poderia ter morrido como um rei ou até Se poupado da morte. Mas Ele escolheu a pobreza porque sabia que ela é o meio verdadeiro de se possuir a Deus e de se trazer à terra o Seu amor.

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