domingo, 17 de setembro de 2017

Europa e EUA: pesquisa indica que católicos e protestantes estão cada vez mais próximos.


O próximo 31 de outubro se completarão 500 anos desde que Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. Era o início da Reforma Protestante que mudou o curso da história ocidental: do ponto de vista religioso, social, cultural e político. Seguiram-se décadas de guerras e séculos de divisões dentro do mundo cristão. Hoje, um estudo duplo – um na América e outro na Europa – do Pew Research Center registra que católicos e protestantes veem as suas crenças mais semelhantes do que diferentes. Em um mundo onde as divisões religiosas voltaram a se manifestar com toda a ênfase, é interessante notar que cinco séculos depois do cisma de Martinho Lutero diferenças permanecem, mas a tendência é por uma visão da religião e da vida convergentes.
Nos Estados Unidos, entre os protestantes, 57% considera que os dois credos são semelhantes, contra 41% que os considera diferentes. Entre os católicos, as percentagens são, respectivamente, 65 e 32.
Na Europa, a situação é mais complexa, mas não se desvia da tendência. Entre os protestantes europeus, os alemães caracterizam-se por serem aqueles que menos percebem a diferença: para 78% as duas religiões são semelhantes e apenas 19% as considera claramente diferentes.
Na Holanda, as opiniões dividem-se em 65% contra 28%, na Grã-Bretanha, 58 contra 37 e assim por diante, com uma predominância em todo lugar de quem vê mais pontos de compartilhamento do que de discordância. O mesmo vale para os católicos do Velho Continente, com exceção dos britânicos, onde 45 contra 41 veem mais divisão do que unidade.
Na Holanda, Áustria, Suíça e Alemanha, entre os católicos a percepção de semelhança é bastante evidente.
Na Itália, menos: 47% veem mais proximidades contra 41% que ressalta as divergências.
Ainda mais interessante é observar as opiniões sobre como obter a salvação eterna. De acordo com Lutero, somente por meio da fé. A maioria dos protestantes de hoje (com exceção dos noruegueses) considera que é alcançada através da combinação de fé e boas ações, que é substancialmente a posição tradicional da Igreja Católica.
Mas deve-se notar que na Europa, tanto entre os protestantes como entre os católicos, as pessoas praticantes são uma minoria: apenas 14% dos primeiros e o 8% dos segundos afirmam participar dos serviços religiosos pelo menos uma vez por semana. Cinco séculos depois, podemos dizer que, no Ocidente, as guerras religiosas acabaram.
Fonte: Corriere della Sera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário