quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Canonização: igreja reconhece milagre atribuído à intercessão de Giovanni Battista Montini, Papa Paulo VI

Em breve, Paulo VI será santo. A reunião dos bispos e cardeais da Congregação dos Santos aprovou por unanimidade o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão de Giovanni Battista Montini. Estão faltando apenas a aprovação do Papa Francisco e o anúncio da data da canonização do Pontífice da Bréscia, que morreu em Castel Gandolfo há quarenta anos (no mês de agosto).
O milagre que servirá para sacramentar a canonização de Paulo VI tem a ver com a cura de uma menina que não tinha nascido – aconteceu no quinto mês da gestação. Um caso que foi estudado pela postulação da causa em 2014. A mãe, da província de Verona, na Itália, tinha uma gravidez difícil e corria o risco de abortar devido a uma patologia que poderia ter comprometido a vida do feto e da mãe. Poucos dias depois – a beatificação do Papa Montini, em 19 de outubro de 2014 –, a mulher foi rezar ao novo beato no Santuário das Graças. A menina nasceu saudável, e assim continua.
O milagre foi estudado pela Congregação para as Causas dos Santos. A impossibilidade de explicar a cura foi atestada no ano passado pela consulta médica do dicastério e depois analisada e aprovada pelos teólogos. O último passo foi o que ocorreu hoje durante a reunião dos cardeais. Agora, o cardeal prefeito, Angelo Amato, levará o voto dos bispos e cardeais ao Papa Francisco. A decisão final, obviamente, será sua. Bergoglio anunciará em um Consistório a data da canonização, que será celebrada em Roma, provavelmente em outubro, durante o Sínodo dos Jovens.
Em dezembro do ano passado, a revista diocesana da Brescia chegou a lançar a hipótese de uma possível data: “Neste ponto, a certeza é quase mais do que uma esperança. O mês de outubro pode ser o mais adequado. De 3 a 28 de outubro, será celebrada em Roma a 15ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, e religiosos de todo o mundo estarão no Vaticano. Que melhor ocasião para canonizar, depois de São João Paulo II, diante de uma parcela tão consistente do colégio episcopal, o outro Pontífice do Concílio Ecumênico Vaticano II? Seria, provavelmente, em um dos três primeiros domingos de outubro, embora a data mais confiável possa ser a de 21” desse mês.
O Papa Montini, que nasceu em 1897 e morreu em 1978, foi o Pontífice que levou a termo o Concílio Ecumênico Vaticano II e conseguiu encerrá-lo com um consenso praticamente unânime sobre os documentos votados. Ele também inaugurou a era das viagens apostólicas pelo mundo e viveu os anos da crise pós-conciliar. Ao beatificá-lo, Francisco, que costuma citar o magistério montiniano, disse: “Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI, voltam-me à mente as palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: ‘Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os caminhos e os métodos às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade’”.
Bergoglio agradeceu a Paulo VI por seu “humilde e profético testemunho de amor a Cristo e sua Igreja” e recordou que “o grande timoneiro do Concílio, após o encerramento do encontro conciliar, deixou anotado: ‘Talvez o Senhor tenha me chamado e eu me mantenha nesse serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades atuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva’”. Nesta humildade – concluiu Francisco nessa ocasião – “resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, enquanto se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria (e, às vezes, em solidão) o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”.
Fonte: Blog do Carmadélio

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