Um dos jornalistas mais populares de língua inglesa, abertamente católico, expressou indignação e questionou: "E se fosse com outra religião?"
OMuseu Metropolitano de Nova Iorque (“Met”) realiza todos os anos um baile de gala para abrir a sua exposição temática de moda, chamando sempre a atenção do público interessado no assunto porque as celebridades convidadas usam roupas de estilistas inspiradas no tema do ano.
E o tema de 2018 é “Corpos celestes: moda e imaginário católico“, um conceito que, segundo a divulgação do museu, “apresentará um diálogo entre a moda e a arte medieval da coleção do Met, para examinar o compromisso continuado da moda com as práticas devocionais do catolicismo“.
O “diálogo“, no caso, não foi visto nesse baile, e, como é evidente que algo tão subjetivo descambaria para o surreal, o que de fato se viu no evento do último dia 7 de maio foi, literalmente, um desfile de ofensas contra os católicos.
Embora a exposição tenha contado com a boa vontade do Vaticano, cujos museus lhe emprestaram a tiara de Pio IX, os sapatos de São João Paulo II e a casula de Pio XI, a gentileza civilizada não foi retribuída por todos os convidados. Pagando ingressos a partir de 30 mil dólares, artistas do comércio musical e cinematográfico aproveitaram a vitrine para polemizar.
Desfile de ofensas
O ator Jared Leto resolveu apresentar-se como uma espécie de “Jesus Cristo de gala”.
Lana del Rey, cantora e atriz, exibiu um chamativo coração transpassado por espadas, “inspirado” em uma das imagens mais devotamente respeitadas pelos católicos: a de Nossa Senhora das Dores, que, por evocar o indescritível sofrimento da Mãe de Jesus vivido na fé, na esperança e no amor sobrenatural, não tem absolutamente nenhuma compatibilidade com qualquer conceito de moda festiva.
A cantora Rihanna decidiu provocar o Papa, vestindo-se como uma “papisa” sensual.
A também cantora Katy Perry usou um vestido curto, dourado, com grandes asas supostamente de anjo.
A atriz Sarah Jessica Parker também se vestiu de dourado, mas adicionou-se uma coroa em forma de presépio.
O espetáculo de insensibilidade e leviandade provocou muitas críticas, especialmente porque essas mesmas celebridades também costumam posar de “defensoras da tolerância, do respeito, da inclusão” e de toda uma cartilha de conceitos politicamente corretos que nem sempre se aplicam na hora de elas próprias respeitarem os outros – especificamente os católicos.
Reações críticas
De parte dos famosos, o jornalista britânico Piers Morgan, bastante conhecido e respeitado nos países de língua inglesa, pronunciou-se de modo aberto no popular programa “Good Morning Britain“:
“Como católico, eu não sou super-sensível, mas é estranho, não acham? Imaginem se tivessem feito uma temática islâmica, como as pessoas se sentiriam? Uma temática judaica, como as pessoas se sentiriam? Explique-me, como católico, por que eu não deveria ficar incomodado ao ver que tantas celebridades usaram o presépio como chapéu ou se vestiram como o meu Papa? Se fosse qualquer outra religião, todo o inferno teria se desatado”.
Piers Morgan já tinha sido muito enfático, recentemente, ao defender em público o bebê Alfie Evans e criticar firmemente os médicos e juízes do seu país que o haviam condenado à morte mediante o desligamento forçado do seu suporte vital, contra a vontade de seus jovens pais Tom e Kate e contra os princípios mais elementares do respeito à vida de uma criança doente e à liberdade de uma família.
Nas redes sociais, milhares de usuários também reagiram criticamente aos “vestidos” da cerimônia do Met. Alguns comentários no Twitter:
“Estou indignado com o baile de gala do Met e com aqueles que zombam da Igreja Católica através das suas escolhas de moda”.“Sempre aguardo o baile de gala do Met, mas estou muito ofendida com esta temática, pois sou católica. Vejo isso como uma blasfêmia”.
E um deles fez a pergunta que jamais quer calar:
“Por que não há problemas na zombaria contra o catolicismo, mas se incomodam tanto quando zombam das outras religiões?”
Arte?
Têm sido cada vez mais frequentes (e mais aplaudidas pela “grande mídia”) as assim chamadas “manifestações artísticas” que apelam para as polêmicas ofensivas a fim de chamar atenções – possivelmente devido à completa falta de apelo próprio da sua suposta “arte”.
A respeito desse tipo de provocação e do que a diferencia da genuína arte capaz de maravilhar e elevar espíritos (tão abundante na cultura católica, diga-se de passagem), o bispo brasileiro dom Henrique Soares é contundente:
“Não é qualquer porcaria que é arte. Quando o homem é a sua própria medida, tudo é permitido. Mas existe solução”
Confira as suas declarações no seguinte artigo:
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