quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Papa expressa sua vergonha por abusos sexuais na Igreja



"Temos que nos empenhar para que isso não torne a se repetir", disse

O papa Francisco expressou sua dor e sua vergonha pelos abusos cometidos por religiosos contra menores que mancharam a imagem da Igreja católica, em seu primeiro discurso diante de autoridades políticas e civis do Chile.
“Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto ante o dano irreparável causado a crianças por parte de ministros da Igreja”, afirmou o Papa no Palácio de La Moneda, onde foi recebido pela presidente Michelle Bachelet.
O Papa visita o país da América Latina mais crítico em relação à Igreja católica e que se encontra em plena mudança social: acaba de aprovar a prática do aborto terapêutico e, no Parlamento, tramita o projeto sobre união homossexual, após a adoção da união civil por pessoas do mesmo sexo.
Na segunda-feira (15), uma comissão legislativa aprovou o projeto de lei de identidade de gênero, que reconhece as pessoas trans.
Três novos ataques contra igrejas foram registrados nesta terça (16) durante a visita papal, além dos outros cinco ocorridos no final de semana.
Além disso, dez pessoas foram detidas em uma manifestação contra a visita do sumo pontífice, segundo a imprensa local.
Francisco recebeu de presente uma réplica do moai Haumaru o te ‘Ao, mais conhecido como o “moai da paz”, de dois metros de altura e entalhado em rocha, uma lembrança da Ilha de Páscoa.
– Migrantes e indígenas –
Em seu esperado discurso, Francisco também mencionou outros temas que o preocupam, como os indígenas, os imigrantes, o meio ambiente e os jovens.
“É preciso escutar os povos originários, frequentemente esquecidos e cujos direitos precisam ser atendidos e sua cultura cuidada, para que não se perca parte da identidade e da riqueza desta nação”, afirmou Francisco, ao abordar a questão indígena.
“Com eles, podemos aprender que não há verdadeiro desenvolvimento em um povo que dá as costas para a terra e para tudo e todos que os cercam”, insistiu.
Ele também pediu que sejam ouvidos os imigrantes, “aqueles que batem às portas deste país em busca de melhoria e, por sua vez, com a força e a esperança de quererem construir um futuro melhor para todos”, incluindo crianças, jovens e idosos.
Depois deste ato, o Papa se dirigiu para o Parque O’Higgings, onde mais de 350 mil pessoas aguardavam desde a madrugada para participar de uma das missas que Francisco presidirá nas três cidades chilenas que constam de sua agenda.
O programa do pontífice em Santiago está cheio de atividades, entre elas uma visita a um presídio feminino, um encontro com religiosos na Catedral de Santiago, uma visita privada ao Santuário de São Alberto Hurtado e um encontro com jovens.
Na quinta-feira à tarde (18), Francisco segue para o Peru.
(Com AFP)
Fonte: Aleteia

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