quarta-feira, 30 de maio de 2018

Coroação de Nossa Senhora na Capela de São José.




Registros do II Jantar com Maria.










Como surgiu a festa de Corpus Christi?



O único dia do ano em que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.
Nesta festa, os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.
Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na missa desde os primórdios da Igreja.
Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao mundo resultados impressionantes:
A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.
O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o sangue continua líquido.
Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas.
São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus.
Todas as células e glóbulos continuam vivos.
A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi símbolo de amor!).
Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.
A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!

terça-feira, 29 de maio de 2018

Aprendendo mais sobre os anjos


Você sabe o que o seu anjo da guarda faz por você no dia a dia?

“Como podem os Anjos estar longe, quando nos foram dados por Deus para ajudar-nos? Eles não se apartam de nós, embora aquele que é assaltado pelas tentações, pense que estão longe.” ( Santo Ambrósio )
Aprendendo mais sobre os Anjos
Como tenho aprendido nos últimos tempos sobre a realidade angélica! Fico surpreendido com tamanha bondade de Deus quando criou e pensou na realidade dos Anjos em nosso meio.
São tantos e tão profundos ensinamentos da realidade sobre os Anjos, que num único artigo não conseguiria eu comentar tudo, mas acredito que no futuro outros artigos virão…
A primeira realidade que quero despertar você é: Deus na sua infinita Misericórdia, e sabendo de nossa constante fraqueza, não quis nos deixar sós e desamparados, e destinou para cada um de seus filhos quando nascem um Anjo, que chamamos de Anjo da Guarda. Este Anjo que nos é dado tem uma missão de suma importância, que é nos levar para a Eternidade com Deus. Pois sabemos que cada um de nós nascemos para a eternidade, mas nossa vida e Deus dirão se será uma eternidade com Deus, ou uma eternidade sem Deus!
De qualquer forma, ao nosso lado está o nosso Anjo da Guarda.
Corremos o risco de sempre associar a imagem do nosso Anjo da Guarda, àquelas gravuras em que geral vemos pintadas de “anjinhos” bonitinhos, “coloridinhos” e “frágeis”. Que erro tremendo cometemos quando transferimos esta imagem para o nosso relacionamento pessoal com ele, pois acabamos de alguma forma acreditando que o nosso Anjo não é tão forte e poderoso.
Muito pelo contrário, nosso Anjo é um Anjo poderoso, um Anjo experimentado nas coisas de Deus e nos mistérios de Deus. O meu Anjo da Guarda e o seu Anjo da Guarda viram Satanás ser expulso do céu quando se rebelou contra Deus, foram testemunhas “oculares”! O nosso Anjo da Guarda viu todas estas coisas acontecerem e inclusive passaram pela prova de escolher ou não por Deus! Isso é muito lindo de ser pensado e meditado…
Mas você pode estar pensando: mas o meu Anjo da Guarda não foi criado quando eu nasci??
A resposta é não! Todos os Anjos que precisariam por vontade de Deus serem criados já foram criados quando Deus criou os Anjos. É como se num único ato Deus criasse os milhares de Anjos que existem até hoje. Deus não criou depois em outro momento e não cria mais Anjos hoje em dia!
Todos eles foram criados e todos foram colocados à prova! E se eu e você temos um Anjo da Guarda, é porque ele passou na prova.
Os Anjos são classificados em classes e hierarquias, e é como se existissem Anjos de uma “classe” que sempre quando um filho de Deus nasce, estes Anjos são destinados a ser um Anjo da Guarda. Assim aconteceu comigo e com você!
A Palavra de Deus diz que: “Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22,30).
E o ensinamento de São Tomas de Aquino sobre os Anjos nos diz que não somente seremos como os Anjos, mas que seremos admitidos dentro de uma Hierarquia angélica. Não terá uma classe de almas de humanos que hoje vivem como anjos, não, nós seremos destinados à uma das classes de hierarquias angelicas no céu.

São João da Cruz nos ensina assim: “Os Anjos são os nossos pastores, eles não só levam a Deus nossas mensagens, como nos trazem também as de Deus. Eles alimentam nossas almas com suaves inspirações e comunicações divinas. Deus se vale deles para se comunicar conosco. Como bons pastores, protegem-nos e defende-nos contra os lobos, ou seja, os demônios.”
Santo Hilário fala assim: “Os Anjos nos ajudam em nossa luta para nos mantermos fortes contra os poderes do mal. (…) Os puros espíritos foram enviados para o resgate da raça humana. Na verdade, pela nossa fraqueza, se os Anjos não viessem em nosso socorro, não poderíamos resistir aos ataques dos espíritos malignos.”
E para encerrar, uma frase linda que não quer nos levar a comodidade e nem inspirar a ser nos preguiçosos, mas pode ser uma via de grande auxílio em nosso caminho espiritual, e assim nos ensina São João Maria Vianney: “Se você está impossibilitado de orar, enconda-se atrás de seu bom Anjo e encarregue-o de rezar no seu lugar”.
Espero que cada um de nós retome com determinação o nosso relacionamento com nosso Anjo da Guarda, pois temos muito para aprender deste pastor e amigo fiel!
Fonte: Aleteia

segunda-feira, 28 de maio de 2018

O que diz a Doutrina Social da Igreja sobre a atual situação política no Brasil


“O que diz a Doutrina Social da Igreja sobre a atual situação política no Brasil”, foi o tema da conversa que tivemos com o Sacerdote e professor de Teologia moral na Universidade Católica de Petrópolis, Pe. Anderson Alves. Acompanhe essa entrevista abaixo:
***
ZENIT: Qual deveria ser, na sua opinião, a atitude dos sacerdotes do Brasil perante a atual conjuntura política?
Pe. Anderson: Parece-me que é fundamental analisar a crise atual com prudência e a partir dos princípios da Doutrina Social da Igreja. A primeira tarefa dos sacerdotes atualmente é a de aprofundar o seu conhecimento da Doutrina Social da Igreja para procurar nela luzes que iluminem a atual crise e levá-las aos leigos católicos, aos quais corresponde a atuação direta na vida política.
Segundo o Compêndio de Doutrina Social da Igreja, a D.S.I. cumpre duas funções: a de anúncio e a de denúncia (n. 81). Anúncio do que a Igreja tem de próprio: “uma visão global do homem e da humanidade”, extraída dos princípios evangélicos. E isso não só no nível dos princípios, mas também prático. A D.S.I. oferece critérios de juízo, normas e diretrizes de ação. Com isso, a Igreja não busca estruturar e organizar concretamente a sociedade, mas exercer uma tarefa de cobrança, orientação e formação das consciências. Essa deve ser a primeira tarefa dos sacerdotes nesse momento.
A doutrina social tem também um dever de denúncia, principalmente do pecado, pessoal e institucionalizado, verdadeira causa do mal presente. A Igreja condena o pecado de injustiça, de violência, da corrupção, do autoritarismo sectário de modo explícito. E os sacerdotes não podem se omitir nessa tarefa.
Os sacerdotes devem ainda recordar aos fiéis que a participação na vida política é uma oportunidade de mudar a sociedade a partir da verdadeira caridade, a qual não se opõe, mas inclui a justiça. A justiça consiste em dar ao outro o que é seu; e a caridade significa dar ao outro o que é nosso. Pela caridade, nós nos doamos ao próximo. De modo que a caridade não pode ser esquecida na atuação social do cristão, mas deve ser o princípio inspirador de todas as suas ações, ao lado da justiça.
ZENIT: Como a Igreja Católica no Brasil pode ajudar nesse processo de conscientização política da população? 
Pe. Anderson: Através da transformação do indivíduo, fazendo com que ele se dê conta de sua própria dignidade de “filho de Deus” é que se pode pensar em transformar o mundo. Nesse sentido, formando o sujeito, a Igreja se torna capaz de “renovar as relações sociais”. Assim a comunidade eclesial, que vive a mensagem de Jesus, “se propõe como lugar de comunhão, de testemunho e de missão e como fermento de redenção e de transformação das relações sociais. A pregação do Evangelho de Jesus induz os discípulos a antecipar o futuro renovando as relações recíprocas” (Compêndio de D.S.I., n. 52).
Isso não se dá de forma automática, mas exige a criatividade e prudência para agir corretamente em cada época histórica. A Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II nos diz que “a transformação das relações sociais que responde às exigências do Reino de Deus não está estabelecida nas suas determinações concretas uma vez por todas. Trata-se antes de uma tarefa confiada à comunidade cristã, que a deve elaborar e realizar através da reflexão e da práxis inspiradas no Evangelho”. É através do Evangelho e de suas ações práticas no dia a dia que se constrói o cidadão que irá plasmar a sociedade.
ZENIT: Um sacerdote, um clérigo, não é, sem dúvida um agente público de nenhum governo, mas, ainda assim, ele tem alguma função política em uma nação, ou só rezar? 
Pe. Anderson: Parece-me que a função principal dos clérigos seja rezar e manter a sua comunidade firme no caminho da fé em Jesus Cristo. Daí se parte para todo o restante. A oração não pode ser menosprezada. Por ela os mártires venceram às perseguições, desde a época do antigo Império Romano, e pela oração de São João Paulo II e de muitos cristãos perseguidos no leste europeu caiu um dos sistemas mais corruptos e brutais para com os cristãos da História da humanidade. E isso se deu sem derramamento de sangue: um autêntico milagre.
Certamente, os clérigos não deveriam participar ativamente em questões de política partidária. Mas seu ministério é público e eles agem como formadores de consciências. Nesse sentido, eles recordam aos fiéis o mais importante ensinamento do Concílio Vaticano II: todo batizado é chamado à santidade, e essa implica a harmonia de fé e obras. O leigo católico consciente sabe que a fé deve estar presente em toda a sua vida: em suas relações com Deus e com o próximo. Deve, pois, ser um princípio unificador das suas ações. Tudo o que faz deve ser uma expressão de fé. Isso inclui sua vida profissional e sua atuação política. Seu compromisso social é um meio de santidade e uma forma de agradar a Deus.
Por isso o leigo bem formado não cede às pressões do laicismo, que pretende fazê-lo crer que haja uma ruptura entre fé privada e atividade social. O leigo não se refugia então num intimismo paralisante. Também não confunde o Reino de Deus com a construção de um reino sobre a Terra. O fiel cristão busca sempre a vida eterna, amando o mundo que lhe foi dado por Deus para ser cultivado e promovido.
Nesse sentido, os sacerdotes devem estimular a presença de suas comunidades na vida política, não apenas como candidatos, mas com um efetivo exercício da cidadania. O Papa Francisco disse em uma audiência aos jovens em 2013[1]: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura o bem comum… A política está muito suja, mas eu me pergunto: está suja por quê? Porque os cristãos não se envolveram nela com espírito evangélico? É uma pergunta que eu faço.”
ZENIT: Como cidadãos, na sua opinião, os clérigos deveriam apoiar o povo nessa hora? Como? 
Pe. Anderson: Os ministros ordenados (bispos, presbíteros e diáconos) existem para servir ao povo de Deus. Eles devem se configurar cada vez mais a Cristo, “que não veio para ser servido, mas para servir” (Mat. 20, 28). Nesse sentido, precisam estimular a mudança social e pessoal a partir do Evangelho. Devem mostrar que não são paixões ou ideologias que salvam uma nação e plasmam uma sociedade. Os sacerdotes devem ajudar o povo a guardar a fé e olhar para o futuro com esperança, trabalhando com responsabilidade.
Precisam mobilizar e direcionar suas comunidades para que exerçam sua cidadania para a construção da verdadeira paz, dentro dos valores da sua fé. Porque somente através da fé em Deus e em Jesus Cristo é possível iluminar os princípios morais que servem de alicerce para a verdadeira prosperidade de uma sociedade.
ZENIT: O que significa a paz? Só uma ausência de guerra? 
Pe. Anderson: Diz o Compêndio de Doutrina Social (n. 494) que “a paz é um valor e um dever universal e encontra o seu fundamento na ordem racional e moral da sociedade que tem as suas raízes no próprio Deus […]. A paz não é simplesmente ausência de guerra e tampouco um equilíbrio estável entre forças adversárias, mas se funda sobre uma correta concepção de pessoa humana e exige a edificação de uma ordem segundo a justiça e a caridade”.
A paz é fruto da justiça e do amor. De modo que “para a construção de uma sociedade pacífica e para o desenvolvimento integral de indivíduos, povos e nações, resulta essencial a defesa e a promoção dos direitos humanos”. Um indivíduo que se dá conta disso, não fica indiferente diante da injustiça, da corrupção e do abuso dos mais fracos. 
ZENIT: Que mensagem você daria, como sacerdote, aos brasileiros, nesse momento político único e inédito que estamos vivendo?
Pe. Anderson: Que não deixem de lutar pelo Brasil. Que não se contentem com a corrupção que inunda o nosso País, que não a justifiquem e não tenham medo de manifestar sua fé na vida pública. O fim não justifica os meios. Para que uma ação moral seja boa é preciso que o mesmo ato realizado seja bom e também a intenção com que ele é feito. Roubar, extorquir, ameaçar nunca será lícito, nem mesmo com a intenção de ajudar os pobres. O cristão pode se manifestar nessa hora de crise, sempre segundo critérios evangélicos.
Certamente a política é hoje um lugar de muitas paixões, mas os cristãos devem deixar de lado paixões ou ideologias e serem guiados pela reta razão (prudência) e pela legalidade. Que avancem sem medo na construção de uma sociedade mais justa e fraterna através da prática do anúncio do Evangelho e da denúncia do pecado. E que estudem seriamente a riquíssima doutrina que a Igreja lhes oferece como subsídio para este trabalho.
Nós pastores, precisamos certamente continuar educando nossas comunidades, antes no anúncio do Evangelho, e também na conscientização dos reais desafios da sociedade e na mobilização em direção à construção da verdadeira paz e fraternidade.
Fonte: ZENIT

Encontro de Juventude

Na manhã de sábado, (26) na Paróquia Igreja Matriz, foi realizado o encontro paroquial de juventude com representantes das diversas comunidades da Paróquia. O encontro foi ministrado pelo Seminarista Coordenador Diocesano da Juventude da Nossa Diocese!




Oração de São Patrício contra feitiços e malefícios


Uma poderosa oração de proteção contra inimigos dos mundos físico e espiritual

Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Tríade,
Pela afirmação da unidade
Do Criador da Criação.
Levanto-me neste dia que amanhece,
Pela força do nascimento de Cristo em Seu batismo,
Pela força da crucificação e do sepultamento,
Pela força da ressurreição e ascensão,
Pela força da descida para o Julgamento Final.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Pela força do amor dos Querubins,
Em obediência aos Anjos,
A serviço dos Arcanjos,
Pela esperança da ressurreição e da recompensa,
Pelas orações dos Patriarcas,
Pelas previsões dos Profetas,
Pela pregação dos Apóstolos
Pela fé dos Confessores,
Pela inocência das Virgens santas,
Pelos atos dos Bem-aventurados.
Levanto-me neste dia que amanhece,
Pela força do céu:
Luz do sol,
Clarão da lua,
Esplendor do fogo,
Pressa do relâmpago,
Presteza do vento,
Profundeza dos mares,
Firmeza da terra,
Solidez da rocha.
Levanto-me neste dia que amanhece,
Pela força de Deus a me empurrar,
Pela força de Deus a me amparar,
Pela sabedoria de Deus a me guiar,
Pelo olhar de Deus a vigiar meu caminho,
Pelo ouvido de Deus a me escutar,
Pela palavra de Deus em mim falar,
Pela mão de Deus a me guardar,
Pelo caminho de Deus à minha frente,
Pelo escudo de Deus que me protege,
Pela hóstia de Deus que me salva,
Das armadilhas do demonio,
Das tentações do vício,
De todos que me desejam mal,
Longe e perto de mim,
Agindo só ou em grupo.
Conclamo, hoje, tais forças a me protegerem contra o mal,
Contra qualquer força cruel que ameace meu corpo e minha alma,
Contra a encantação de falsos profetas,
Contra as leis negras do paganismo,
Contra as leis falsas dos hereges,
Contra a arte da idolatria,
Contra feitiços de bruxas e magos,
Contra saberes que corrompem o corpo e a alma.
Cristo guarde-me hoje,
Contra veneno, contra fogo,
Contra afogamento, contra ferimento,
Para que eu possa receber e desfrutar a recompensa.
Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim,
Cristo em mim, Cristo em baixo de mim, Cristo acima de mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar,
Cristo ao me sentar,
Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Tríade,
Pela afirmação da Unidade,
Pelo Criador da Criação.

Reflexão para a solenidade da Santíssima Trindade- Mateus 28,16-20 ( Ano B)



Neste domingo em que celebramos a solenidade da Santíssima Trindade, a liturgia oferece o texto evangélico de Mateus 28,16-20. Como de costume, concentramos a nossa reflexão exclusivamente a partir do texto bíblico. Embora curto, apenas cinco versículos, seu conteúdo é precioso, e comporta uma importância ímpar para a vida da Igreja desde os seus primórdios. É a síntese e a conclusão de todo o Evangelho segundo Mateus. Ao escrever as suas últimas linhas, o evangelista e sua comunidade fizeram questão de resumir a essência de tudo o que já tinha sido apresentado ao longo do Evangelho. O contexto é estritamente pascal, bem como o conteúdo: a manifestação do Ressuscitado aos onze, na Galileia.

Mesmo curto, o texto é complexo; por isso, para compreendê-lo bem é necessária uma certa familiaridade do leitor com todo o Evangelho segundo Mateus.  Na impossibilidade de recordarmos aqui todo o conteúdo do Evangelho, recordamos, como introdução e contextualização, o relato do túmulo vazio e ressurreição (cf. Mt 28,1-10), com as respectivas manifestações de um anjo do Senhor (cf. 28,2) e do próprio Jesus Ressuscitado (cf. 28,9) às mulheres que foram ao túmulo naquele primeiro dia da semana (cf. 28,1). O anjo e Jesus Ressuscitado confiaram às mulheres a missão de convencer os discípulos a retornarem à Galileia para, ali, fazerem também eles a experiência de encontro com o Ressuscitado.

Diferentemente de Lucas, por exemplo, para Mateus Jerusalém só oferece hostilidade ao discipulado e à mensagem de Jesus; permanecendo lá, os discípulos não conseguem encontrar-se com o Ressuscitado. Na verdade, essa ideia já vinha sendo preparada desde o início do Evangelho com o episódio da visita dos magos: eles procuraram “o rei dos judeus” em Jerusalém, em vão; guiados pela estrela, perceberam que ele só podia ser contemplado na periferia, em Belém (cf. Mt 2,1-12). Como centro do poder religioso e político, a capital representava o “contra reino”, ou seja, a negação completa do projeto de Jesus.

Podemos, assim, compreender porque “os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado” (v. 16). A referência aos onze, além de recordar que Judas Iscariotes já não fazia mais parte do grupo, tem um significado muito importante para a comunidade de Mateus: representa a superação de uma mentalidade nacionalista e triunfalista. Ora, o número doze fazia alusão ao antigo Israel, e alimentava a ideologia davídica. Esse projeto faliu, Israel rejeitou o seu verdadeiro messias, causando sua morte na cruz. Fazendo uma releitura dos últimos acontecimentos à luz da ressurreição, a comunidade de Mateus concluiu que, para a missão universal lograr êxito, é necessário distanciar-se dos antigos esquemas e tradições de Israel. Por isso, mais que incompletude, o número onze é sinal de nova mentalidade e perspectiva. Não podemos esquecer que a eleição de Matias para recompor o número doze é um elemento exclusivo da teologia de Lucas (cf. At 1,15-26). Na perspectiva de Mateus, para a comunidade do Ressuscitado sobreviver e crescer, é necessário abandonar os esquemas do judaísmo.

O retorno à Galileia é muito significativo. Em Jerusalém a experiência fora completamente negativa; além de ter sido o cenário da paixão e morte de Jesus, a capital não oferecia nenhuma perspectiva para a comunidade do Ressuscitado lá florescer. Recordemos o conluio dos poderes religioso, militar e político para desacreditar a ressurreição (cf. 28,11-15), com a mentira do roubo do corpo de Jesus pelos discípulos (cf. Mt 28,11-15). Portanto, o retorno à Galileia era necessário para a sobrevivência da comunidade e, ao mesmo tempo, para o reencontro dos discípulos com as motivações originárias do seguimento. Além das incompreensões ao longo da caminhada, inclusive disputa por poder (cf. 20,20), os acontecimentos envolvendo a paixão e a morte de Jesus deixaram a comunidade profundamente abalada. Daí a necessidade do retorno ao ideal primeiro, ou seja, retornar à Galileia, onde tudo começou, para fazer a experiência do monte.

Ao longo de todo o Evangelho, há muitas referências ao monte, desde o monte das bem-aventuranças (cf. 5 – 7) até o monte das oliveiras (cf. 24 – 25). O monte é o lugar de encontro com Deus e com a sua palavra. Foi no monte que Jesus lançou o seu programa de vida, as bem-aventuranças (5,1-12), e esse convite para os discípulos retornarem à Galileia, para o monte, é exatamente para voltarem à essência do seu projeto de vida. É também um modo de indicar a continuidade entre a mensagem de Jesus de Nazaré e o Ressuscitado. A Galileia como região desprezada entre os judeus é um alerta aos discípulos quanto aos destinatários primeiros do anúncio: os pobres e marginalizados.

Na sequência, o texto descreve a reação dos discípulos: “Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram” (v. 17). A princípio, parecem duas posturas opostas diante da ressurreição, mas o evangelista as vê como complementares. Prostrar-se é sinal de adoração e de convicção na ressurreição e na divindade de Jesus. Aqui, o evangelista emprega o mesmo verbo que tinha usado para indicar a atitude dos magos quando visitaram Jesus recém-nascido em Belém (cf. 2,2): prostrar-se em adoração (em grego: proseku,new – proskinêo). Esse verbo tanto indica adoração quanto sujeição a alguém, como deve ser a postura da comunidade: adorar somente a Jesus e sujeitar-se somente ao que ele ensinou, assumindo completa autonomia e emancipação em relação aos preceitos da lei. Com esse gesto, o evangelista diz que os discípulos aceitam os valores do reino como universais e, por isso, lutarão para que cheguem a todos lugares da terra.

A dúvida não faz mal à comunidade, pelo contrário; nem mesmo Jesus vê problemas no duvidar, tanto que não repreendeu os discípulos por isso. Como o evangelista não diz o motivo da dúvida, nem mostra Jesus repreendendo-os, podemos dizer que ele está apresentando uma característica necessária para a comunidade do Ressuscitado. Para a solidez da fé, a dúvida se faz necessária, pois o seu antídoto não é a certeza, mas o amor. Portanto, quanto mais se duvida, mais necessidade se tem de amar, e amar sem limites. Podemos dizer que a dúvida e a fé são companheiras inseparáveis na vida da comunidade.

Diante da reação dos discípulos, Jesus toma a palavra e profere seu breve discurso de envio (vv. 18-20). É importante perceber que não são palavras de despedida, até porque ele não vai embora da comunidade; são palavras de envio e comissionamento. Ao dizer “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra” (v. 18), Jesus está decretando a falência dos poderes sediados em Jerusalém (religioso, militar e político), e estabelecendo uma nova ordem. A verdadeira autoridade, exercida pelo amor, parte da periferia, enquanto em Jerusalém tem apenas força de morte, uma vez que lá a autoridade é exercida com base na mentira, no medo, no suborno e na violência.

Após uma pequena introdução (v. 18), segue-se o envio universalista e inclusivo: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (v. 19). Aqui, Ele está, de fato, fazendo uso da sua autoridade e, mais uma vez, mostrando a diferença da sua para outras formas de exercício de autoridade. Ele não envia seus discípulos para impor nem dominar, mas para fazer novos discípulos. Essa é, sem dúvidas, uma das maiores novidades de seu projeto de vida e de sociedade. Não envia os discípulos para doutrinarem ninguém, mas para apresentarem uma proposta de vida. Aqui, registramos a força do verbo empregado pelo evangelista para “fazer discípulos”: no grego, idioma original do evangelho, há o verbo “discipular” (maqhteu,w – matheteúô); com ele, o evangelista consegue distinguir o discipulado de uma simples tarefa, o que não distinguimos com facilidade em nossa língua, com as traduções que temos. O novo e universal discipulado deve nascer do testemunho, ou seja, da maneira de viver dos discípulos, os quais não são operadores de tarefas, mas seguidores e testemunhas de Jesus de Nazaré, o Ressuscitado.

À missão de “discipular” é intrínseca a função de batizar, como sinal de pertença à comunidade dos discípulos. Mateus pensa na sua comunidade marcada pela tensão entre os adeptos e os contrários à prática judaica da circuncisão. Dos novos discípulos, não deve ser exigido nenhum sinal exterior além do batismo. A fórmula trinitária expressa, mais que uma formulação teológica, a preocupação do evangelista para que o batismo de ingresso na comunidade cristã não seja confundido com o rito penitencial do movimento fundado por João Batista. A expressão “Em nome de/do” indica a força do batismo. Na tradição bíblica, o nome de uma pessoa é a sua própria essência, expressa a totalidade do ser. Portanto, ser batizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, é ser impregnado da essência de Deus.

Como última recomendação do mandato, Jesus apresenta uma advertência, mais que uma ordem: “ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!” (v 20a). Tudo o que Ele ordenou ou ensinou não foi muita coisa, não foi uma doutrina, foi apenas um jeito de viver. O pronome indefinido “tudo” (em grego: pa,nta– panta), expressa a totalidade do que Jesus ensinou e a preocupação para que nada de secundário seja acrescentado e que possa, inclusive, desviar a comunidade do que foi ensinado por Ele. E o que, de fato, Ele ensinou, como já afirmamos, foi um jeito de viver, proposto nas bem-aventuranças e em todo o discurso da montanha (Mt 5 – 7). O que os discípulos têm a ensinar, para que todas as nações sejam “discipuladas” é a vivência das bem-aventuranças, e isso não é doutrina nem código, é vida concreta, é um jeito de ser.

A última frase de todo o evangelho é, na verdade, a síntese: a certeza da presença de Jesus na comunidade e na história: “Eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (v. 20b). Embora a tradução do texto litúrgico apresente o verbo estar no futuro, o evangelista o emprega no presente (em grego: eivmi – eimí). O tema da presença é o fio condutor de todo o Evangelho segundo Mateus: no início, Jesus é apresentado como Emanuel, cujo significado é “Deus está conosco” (1,23); Ele mesmo garantiu estar presente quando a comunidade estivesse reunida em seu nome (18,20), e garante, aqui na conclusão, permanecer para sempre com os discípulos. É essa presença constante e perene que confere à comunidade a sua razão de existir.

Que possamos, portanto, viver impregnados da essência de Deus, como discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré que, Ressuscitado, vive e está presente na história, ajudando-nos a compreender e viver tudo o Ele mesmo ensinou. Quando a comunidade tem certeza dessa presença, não tem medo de lançar-se à missão para compartilhar os seus ensinamentos e, ao mesmo tempo, está sempre de portas abertas para acolher a todos e todas sem distinção.


Pe. Francisco Cornelio F. Rodrigues – Diocese de Mossoró-RN

sábado, 26 de maio de 2018

Aguardem, vem aí; I Cavalgada de São João Batista.


Participemos do jantar com Maria.


 Participemos do jantar com Maria, neste Domingo dia 27/05/2018, onde teremos sorteiros de brindes, entronização da imagem de Nossa Senhora, música católica ao vivo e um requintado cardápio.

Como aprendi a orar e perseverar observando uma formiga


Quando parecia que todo o sacrifício tinha sido por nada, tudo se transformou de modo surpreendente

Outro dia, observei uma formiga que carregava uma enorme folha com sacrifício. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga esmoreceu na sua tarefa. Até que, finalmente, ela chegou perto de um buraco, que devia ser a sua casa.
A folha era muito maior que a boca do buraco. Então, ela entrou sozinha.
Pensei: “Coitada, tanto sacrifício para nada”!
Mas, de repente, do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Em pouco tempo, a grande folha se transformou em muitas pequenas partes, que puderam, todas, ser levadas para dentro do buraco.
Imediatamente pensei nas minhas experiências: “Quantas vezes me desanimei diante das dificuldades?
Se a formiga tivesse olhado só para o tamanho da folha, talvez nem tivesse começado a carregá-la.
Naturalmente, eu transformei a minha reflexão em oração e pedi a nosso Senhor:
  • que me desse a tenacidade daquela formiga, para “carregar” todas as tarefas do dia-a-dia;
  • que me desse a perseverança da formiga, para não me desanimar com os tropeços e quedas;
  • que eu pudesse ter a inteligência da formiga, para dividir o fardo que às vezes parece grande demais;
  • que eu tivesse a humildade da formiga, para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.
Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando, pelo tamanho da carga, eu não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer.
E agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho para me transmitir este ensinamento de perseverança.
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Autor desconhecido, adaptado de artigo do blog Almas Castelos

Os 5 argumentos que indicam a existência de Deus, segundo S. Tomás de Aquino

Que tipo de "prova científica" é razoável pretender que exista a respeito da existência de um Ser que não tem natureza material?

Em seu famoso livro “Deus, um delírio”, o ateu proselitista Richard Dawkins afirma que a questão da existência de Deus depende de evidências científicas e não pode ser provada. Ele considera que algum dia talvez saibamos a resposta, mas, enquanto isso, podemos afirmar a forte probabilidade de que Deus não existe.
Um primeiro ponto de atenção neste processo de raciocínio está no perigo de facilmente extrapolá-lo para a falácia de pensar que, se algo ainda não foi provado, é sinal de que não existe. A vida extraterrestre, por exemplo, nunca foi provada, mas desta premissa não é válido afirmar como conclusão que ela não exista.
Mas há outro ponto de atenção muito mais sutil nesse terreno de mistura entre suposta argumentação científica e especulações baseadas em opinião pessoal: a discussão sobre as provas. Que tipo de “prova científica” é razoável pretender que exista a respeito da existência de um Ser que não tem natureza material?
Se o próprio conceito de Deus implica a Sua imaterialidade, e, se além disso, Ele próprio é o Criador de toda a natureza e, portanto, é maior que ela, então a suposta prova da Sua existência não pode ser reduzida aos limites da natureza, precisando-se que seja deduzida pela razão.
De fato, um dos maiores filósofos da história, S. Tomás de Aquino, refletiu e escreveu sobre 5 argumentos racionais que apontam para a necessidade da existência de Deus. São eles:

1° argumento: o “primeiro motor imóvel”

O movimento existe: isto é evidente aos nossos sentidos. Ora, se aquilo que se move é movido por alguma força, por algum motor, não é intelectualmente satisfatório pensar que cada motor de cada movimento seja movido ele próprio por outro motor, sendo este, por sua vez, movido por outro motor, que seria movido por mais outro, e assim indefinidamente ao infinito: é razoável que exista uma origem primeira do fenômeno do movimento, ou um motor que move sem ser movido. Esse primeiro motor imóvel teria que ser Deus, o Criador de todo movimento.

2° argumento: a “causa primeira”

Se todo efeito tem uma causa e cada causa é, por sua vez, o efeito de outra causa, caímos no mesmo ciclo indefinido e infinito do problema anterior, o que não é satisfatório para uma honesta busca intelectual de respostas claras. Qual seria a causa primeira das outras causas, uma causa que não seja causada por nenhuma outra?

3° argumento: o “ser necessário”

Se todos os seres são finitos e contingentes, isto é, “são e deixam de ser”, então todos os seres deixariam de ser e, em determinado momento, nada existiria, o que é tão absurdo quanto afirmar que aquilo que existe passou a existir a partir do nada, sem qualquer causa primeira e sem qualquer motor não movido. Acontece que a própria existência dos seres contingentes implica a de um Ser necessário, que simplesmente “é”: Deus.

4° argumento: o “ser perfeitíssimo”

Podemos claramente perceber que uma coisa é maior ou menor que outra, ou menos ou mais verdadeira que outra, o que significa que somos capazes de compreender que os seres finitos têm algum grau de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta ou a suma causa de todas as perfeições – esta, no entanto, precisa existir, dado que há seres que a possuem em algum grau. Necessariamente, o grau sumo da perfeição do ser teria que ser Deus.

5° argumento: a “inteligência ordenadora”

Todos os seres tendem a uma finalidade que não é obra do mero acaso, mas de uma inteligência que os dirige. Logo, é preciso que exista um ser inteligente que ordene a natureza e a encaminhe para a sua finalidade: esse ser inteligente teria que ser Deus.

Fé e razão andam juntas

O Concílio Vaticano I afirma que a fé e a razão não são apenas compatíveis, mas se apoiam mutuamente, o que também é enfaticamente reiterado pela célebre encíclica Fides et Ratio, de São João Paulo II:
“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”.
É verdade que o que Deus é em si está além da nossa capacidade natural de saber. Fomos criados por Deus, mas não somos iguais a Ele e não podemos conhecê-lo totalmente pelas nossas próprias forças.
O Vaticano I diz que Deus é substância espiritual completamente simples e imutável – pela Sua natureza, Deus é diferente de qualquer coisa criada.
A fé, porém, é um dom de Deus que nos permite conhecê-lo, ainda que imperfeitamente, já que o próprio conceito de Deus supera a nossa capacidade limitada de compreensão.
Além disso, saber quem é Deus é diferente de saber que Ele existe. Nós somos capazes de deduzir que Ele existe a partir da estrutura do mundo criado, usando a nossa racionalidade para descobrir na criação os indícios que apontam para a sua origem: o primeiro motor, a causa primeira, o Ser supremo.
Fonte: Aleteia

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Algumas questões sobre o Batismo



A diferença entre o válido e o lícito no Batismo

A Igreja batiza todo ser humano que ainda não foi batizado. Havendo dúvidas irrespondíveis se a pessoa foi ou não batizada ou se o foi de forma válida, proceda-se o Batismo sob condição, ou seja: “(Nome), se ainda não és batizado(a), eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Só poderia haver negação do Batismo à criança se existir fundamentada suspeita de que o bebê não seria educado na fé católica. Isso, na prática, parece raro, pois, afora a negligência dos pais, entraria o importante papel dos padrinhos e da comunidade. Depois dos sete anos, a pessoa só seja batizada após a devida preparação catequética. Pede-se aos pais que deem nomes cristãos aos filhos, recordando, desse modo, o (a) santo(a) que vai protegê-los e inspirá-los em toda a sua vida.
Os filhos de pais ou responsáveis que não vivem de acordo com a fé e a moral da Igreja não podem ter, sem mais, o Batismo recusado. A criança não é culpada da vida errônea dos pais. Há de ser batizada, salvo se não houver esperança certa de que a pessoa será educada na fé católica, como falei no parágrafo anterior. Mesmo se o pai ou a mãe não forem católicos, a parte católica ou o casal podem pedir o Batismo aos filhos.
Há um importante detalhe teológico-canônico a ser considerado. É a diferença entre o válido e o lícito no Batismo. Ele é válido quando atinge a sua real finalidade: produzir a graça santificante com seus dons anexos. É lícito nos casos de perigo de morte – nos quais se pode batizar, mesmo sem o consentimento dos pais – e sempre que há fundada certeza de a criança receber a formação religiosa adequada.
Um católico pode – por razões de parentesco ou proximidade – ser testemunha de Batismo de um(a) cristão(ã) não católico(a) ainda não batizado na Igreja Católica, em comunidade cristã cujo batismo é válido. Do contrário, um cristão não católico pode, ao lado de um padrinho (ou madrinha) católico(a), ser testemunha (não padrinho) de uma criança batizada na Igreja Católica.
Tudo o que já foi exposto sobre o Batismo de crianças vale também aos adultos. Com exceção de que estes devem ter uma preparação apropriada a fim de entenderem o que significa o sacramento a ser recebido. Também o Bispo diocesano há de ser avisado a fim de poder, caso queira e possa, ministrar ele mesmo, então, o Batismo, a Primeira Eucaristia e a Crisma ou enviar mandato escrito ao padre que ministrará a Crisma.
Também sejam batizadas crianças encontradas abandonadas, bem como bebês abortivos se ainda estiverem vivos, ainda que sob condição: “Se estás vivo…”.
Fora da Igreja Católica, “1. Batizam validamente os cristãos orientais ortodoxos, os Velhos Católicos (cismáticos desde 1872 por não aceitarem o primado do Papa), os anglicanos ou episcopais, os luteranos e os metodistas (que são um reavivamento anglicano), 2.  Batizam invalidamente as Testemunhas de Jeová, os seguidores da Ciência Cristã, os grupos religiosos não cristãos, entre os quais se poderiam enumerar também os mórmons, cujo Credo é incompatível com a clássica fé cristã e 3. As demais denominações cristãs ministram um rito batismal, que há de ser examinado caso por caso, dado o risco de não ser válido por falta de intenção da parte do ministro ou por defeito da fórmula. Caso, após a devida pesquisa, restem dúvidas sobre a validade do Batismo, confere-se o Batismo sob condição” (Pergunte e Responderemos n. 452, 2000, p. 48).

Para aprofundamento: Código de Direito Canônico, 1983, cânones 849-878, e Diocese de Amparo. Diretório dos Sacramentos, 2014, p. 6-17.

Fonte: Aleteia