quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Retorno das atividades de catequese na Matriz, com visita da coordenação catequética na pessoa da Irmã Cristina.














Sal, saber e sabor

Na Bíblia, o sal é um ingrediente importante que não só tempera, mas também conserva os alimentos

No último final de semana, em todas as Celebrações da Paróquia São Sebastião, de Amparo (SP), houve – em atenção ao Ano Nacional do Laicato, proposto pela CNBB –, a entrega de sal a cada um dos presentes. Daí, a conveniência de explicarmos, ainda que de modo breve, o significado dessa substância na vida do Povo de Deus.
Na Bíblia, o sal é um ingrediente importante que não só tempera, mas também conserva os alimentos (cf. Jó 6,6). Portanto, o sal lembra a conservação da fé que recebemos no Batismo. Conservação que não é de mero estoque, mas de uso: cada um(a) é chamado(a) a partilhá-la conservada (“salgada”), ou seja, pura e íntegra.
Ainda a expressão “comer sal” significa companheirismo, amizade, aliança (cf. Esd 4,14; Nm 18,19; 2Cr 13,5). Desse modo, até hoje se fala que para bem conhecer alguém é preciso “comer um saco de sal junto”. Daí, também os sacrifícios oferecidos a Deus serem temperados com sal, como sinal de aliança (cf. Lv 2,13; Ez 43,24, inclusive o incenso cf. Êx 30,35). Ainda: a criança recém-nascida era esfregada em substância salina por razões religiosas purificatórias (cf. Ez 16,4), também Eliseu purificou as águas de Jericó com sal (cf. 2Rs 2,19-22).
No Novo Testamento, o sal aparece, em particular, como marco da sabedoria e da pureza moral, de modo que ser discípulo de Jesus é ter o compromisso de viver como sal da terra (cf. Mt 5,13; Mc 9,50; Lc 14,34-35). Eis nosso grande chamado: dar sabor e saber a um mundo pragmático marcado pela falta de gosto para com as coisas divinas, em parte porque ignora a beleza do plano salvífico de Deus para a humanidade.
Sim, saber e sabor vêm da mesma raiz latina, o verbo sapo, ere. Daí, sabendo das coisas divinas, se tem maior sabor ou melhor gosto de vivê-las; em complemento, quem gosta de vivê-las, quer, cada vez mais, saber ou conhecer o projeto de Deus a seu respeito e a respeito do próximo. É, portanto, sábio e saboroso (prazeroso) apreciar o mundo com o olhar profundo e amoroso do Senhor. Quem vive isso exerce a caridade fraterna e tem a calma dos pacíficos – veja a Campanha da Fraternidade/2018. É, enfim, sal da terra.
Meditemos, pois, a partir desta reflexão!
Fonte: Aleteia

Linchamento virtual: você já cometeu esse pecado?



Um dos maiores pecados dos católicos na atualidade. Será o seu caso?

Alguns cristãos se considerem espiritualmente muito superiores àquela turba citada no Evangelho, sedenta pelo linchamento da mulher adúltera. Porém, quantos de nós que vivemos a dizer “não julgueis” não pensamos duas vezes antes de entrar na última onda de linchamento moral de algum “pecador” nas redes sociais?
Não me refiro àqueles casos em que temos o dever moral de denunciar e rechaçar com força algum comportamento seriamente danoso – como crimes sexuais, corrupção, fraude, abuso de poder etc. Ou das graves ofensas à religião, como blasfêmias, sacrilégios e heresias. Não! Falo dos “anônimos” que são massacrados por terem cometido atos idiotas de pouca relevância, como publicar uma piada de mau gosto nas redes sociais.
Acontece sempre assim: uma pessoa comum, cuja opinião tem pouco alcance (não é uma figura pública, um artista, um líder religioso ou político, nem mesmo uma celebridade qualquer) posta alguma piada ou foto imbecil. Ela merece ser criticada por isso? Talvez, mas somente pelas pessoas com quem normalmente interage, ou seja, seus poucos seguidores. Essa é a limitadíssima rede de influência de um anônimo. Mas aí vem um espírito de porco – um paladino da moral opinativa, um justiceiro da web – e joga o cocô virtual no ventilador. E dezenas de milhares de pessoas em fúria se juntam para destroçar a figura do infeliz Zé Ninguém, que de ilustre desconhecido passa, repentinamente, a figura odiada pela massa, alvo das piores pragas e xingamentos.
E o que a criatura fez para merecer ser esculhambada por uma multidão de internautas? Matou? Roubou? Estuprou? Maltratou crianças, idosos ou animais? Deu spoiler de Game of Thrones?
spoiler
Explodiu a fábrica da Nutella?
nutella
Não… postou uma piada imbecil, que a princípio só a mãe dele, duas tias, seis amigos e um primo iriam visualizar. Um caso emblemático, de alcance internacional, aconteceu em 2013, com o linchamento moral da executiva americana Justine Sacco (sobre isso, veja aqui a entrevista de Jon Ronson, autor do livro “Humilhado”). Pouco antes de embarcar para a África do Sul, ela postou essa desgraça de tweet: “Estou indo para a África. Espero não pegar AIDS. Brincadeirinha! Sou branca”.
justine_sacco
A repercussão no Twitter foi tão intensa que, em apenas algumas horas, a vida de Justine virou de cabeça para baixo. Quando ela pisou os pés no aeroporto da Cidade do Cabo, já havia perdido o emprego. Um trem desgovernado chamado “patrulha do politicamente correto” havia passado por cima de sua reputação. Justine pediu desculpas pouco tempo depois, mas ainda assim continuou a ser hostilizada. Passou a ter frequentes ataques de pânico.
Jesus Cristo, o Deus Encarnado, disse que todos os pecados serão perdoados (menos o pecado contra o Espírito Santo), mas os patrulheiros da Internet decretaram que postar chacotas cretinas é um crime sem perdão! Piadistas boçais, tremei! Vocês serão odiados no mesmo nível dos piores bandidos.
ira
Aqui no Brasil, a mais recente onda de linchamento virtual envolveu um jovem médico de Serra Negra-SP. Ele postou uma foto sua debochando de um paciente que falou “peleumonia” (pneumonia) e “raôxis” (raio-x). Atitude babaca? Com certeza! Além da falta de noção ao expor dessa forma a marca da instituição onde presta serviço.
peleumonia
Quanto ao post que gerou tantas reações acaloradas, o fato é que o médico NÃO CITOU NOMES nem identificou ninguém. Ainda assim, como o paciente veio a público se dizer ofendido, o médico foi pessoalmente à casa dele e pediu desculpas. O paciente o perdoou, e disse: “Ele é uma pessoa boa, que teve um momento errado”. Porém, muita gente ainda continua bombardeando Guilherme com comentários hostis.
Avalie: o mal causado pelo post desse médico foi proporcional à ira que ele está atraindo? Sua postagem estúpida nos permite dizer que ele é um “lixo humano” (esse foi um dos comentários que vi sobre ele)? Ter a reputação arrasada é uma punição justa nesse caso? Se damos ao erro alheio uma dimensão maior do que ele realmente tem, nossos pecados serão avaliados com o mesmo peso e rigor, no Dia do Juízo. Porque “com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,38).
Amar o próximo como a ti mesmo. Nós, cristãos, precisamos nos ajudar a viver esse mandamento. Gente… Não faz sentido desembainhar a espada para ferir mosquitos! Misericórdia, perdão, temperança! Imitemos o doce Cristo, sem frouxidão, sem jujubice, sem deixar de fazer – quando nos cabe – a devida correção fraterna.
(via Catequista)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Origem da “Salve Rainha”: era o hino da Primeira Cruzada?

Há duas versões para a origem desta prece, que é uma das mais belas do tesouro da Igreja

Salve, Rainha, Mãe de misericórdia! Vida, doçura, esperança nossa, salve!
Salve-Rainha é uma das mais belas orações cristãs. Mas qual é a sua origem?
Não há certeza completa, pois dois autores costumam ser apontados: o monge beneditino Hermano Contracto, segundo alguns historiadores, e, segundo outros, o bispo de Le Puy, dom Ademar de Monteuil.

Versão 1: o monge Hermano Contracto

O religioso beneditino a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenau, no Sacro Império Romano-Germânico. Na época, os povos da Europa central enfrentavam calamidades naturais, epidemias, miséria, fome e a contínua ameaça dos nômades do Leste, que invadiam os povoados, saqueavam e matavam.
Hermano Contracto sofria de deformações físicas que o levavam a caminhar e a escrever com grande dificuldade. Acredita-se que essas características fossem de nascença. Segundo a tradição, ao constatar seu raquitismo, a mãe, Miltreed, o consagrou a Maria e o educou na devoção a ela. Apesar da deficiência física, chegou a ser mestre dos noviços na ordem beneditina.
Foi entre sofrimentos e esperanças que o monge teria composto a Salve Rainha – exceto a tríplice invocação final (“Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!”), que foi acrescentada mais de um século depois, por São Bernardo de Claraval.

Versão 2: dom Ademar de Monteuil

O bispo de Le Puy era membro do Concílio de Clermont, o sínodo que determinou a realização da primeira cruzada a fim de defender os peregrinos que iam à Terra Santa e cujas viagens vinham se tornando cada vez mais perigosas. Dom Ademar participou da primeira cruzada como legado apostólico e teria composto a Salve Rainha como hino dos cruzados.
Tal como na versão que atribui a composição ao monge Hermano Contracto, a Salve Rainha terminava nas palavras “…e, depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre“.

O acréscimo de São Bernardo

A Salve-Rainha já tinha se popularizado fazia décadas entre os cristãos.
Na véspera do Natal de 1146, São Bernardo de Claraval, enviado à Alemanha como legado papal, entrava solenemente na cidade de Spira depois de uma viagem memorável, da qual foram relatados numerosos milagres. O bispo, o clero e o povo foram ao encontro do santo e o conduziram, ao toque dos sinos e com sagrados cânticos, até o imperador e os príncipes germânicos, que o receberam com todas as honras devidas ao enviado pontifício.
Enquanto o coro entoava a Salve-Rainha, o abade São Bernardo ficou profundamente comovido e, acabado o canto, prostrando-se três vezes, acrescentou a cada vez uma das aclamações, enquanto caminhava até o altar sobre o qual brilhava a imagem de Maria.
A tríplice invocação passou a partir de então a fazer parte da oração.

A Salve-Rainha em latim

Salve, Regina, mater misericordiae!
Vita, dulcedo et spes nostra, salve!
Ad te clamamus, exsules filii Evae.
Ad te suspiramus, gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.

Eia, ergo, advocata nostra,
illos tuos misericordes oculos
ad nos converte.
Et Iesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens! O pia! O dulcis Virgo Maria.

Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix,
ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Amen.

A Salve-Rainha em português

Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia!
Vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva;
a vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.

Eia, pois, advogada nossa,
Esses vossos olhos misericordiosos
a nós volvei
e, depois desse desterro,
mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre.
Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Amém.
Fonte: Aleteia 

A importância da participação dos leigos e leigas na missão da Igreja e na sociedade


A obra necessita de cristãos com o coração extasiado pela paz do Senhor

Quem são os leigos?

“Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (CIC §897).
“Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente através deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo” (CDC c. 225 §1).

Desafio vocacional

No ano do Laicato é preciso suscitar no coração dos leigos e leigas a importância da sua vocação missionária, e o quanto ela contribui para o bem de toda a Igreja e da sociedade (cf. AG n.21). Em saída, cheios do Amor de Deus em ações práticas de amor ao próximo (cf. Jo 15,17), os leigos devem refletir, com sabedoria, seu protagonismo neste contexto reconhecendo o valor pessoal de seu ministério na comunidade. Serviço prezado; movido e enaltecido intensamente pelo Amor de Jesus Cristo em todas as ações pastorais desenvolvidas pela igreja (cf. AA n.2).
Conforme os desígnios de Deus […], neste momento, em plena comunhão com os Três Divinos, com o Papa Francisco e a nossa Igreja, necessitamos de um novoPentecostes (cf. At 2,1-4) dentro do coração de cada um, para que, impregnando o mundo com o espírito cristão (cf. GS n.43), possa bendizer e retribuir com muita alegria e esplendor, todas as graças recebidas do alto, compartilhando-as fraternalmente em grandes atos de caridade [amor pleno ao próximo], diante das missões pastorais que, em caminhada, representam a imagem de Jesus Cristo – a Pedra Angular que sustenta fielmente a edificação do projeto de Deus para todo seu povo amado (cf.1Pd 2,6-8).

O apostolado dos leigos

Como membros vivos na missão da Igreja, todos os leigos são chamados a desenvolverem funções que incrementam a perene santificação da própria comunidade (cf. LG n.33).
Atuando benevolentemente em trabalhos voluntários que atingem à vida do próximo nas pastorais; nos movimentos e em missões fora da Igreja, os leigos e leigas continuam a escrever, com louvores, o Ato dos Apóstolos (cf. Jo 13,12-17).
De semelhante para semelhante, a participação dos leigos não está somente nas missões desenvolvidas dentro das comunidades eclesiais (cf. AA n.13), pois muitos se lançam às Bem-Aventuranças fora da igreja, e voluntariamente dedicam boa parte de suas vidas em ações de misericórdia e solidariedade em muitas instituições de saúde, casas de assistência aos idosos e crianças, casas de recuperação de usuários de entorpecentes e de álcool, e tantas outras belíssimas obras de promoção humana (cf. Mt 5,7).
Focado mais precisamente em ações pastorais nas igrejas, imaginemos a quantidade de fiéis engajados em todas as comunidades do universo Cristão. São milhares de leigos e leigas envolvidos na estrutura eclesial, e, juntamente com o clero: bispos, presbíteros e diáconos (cf. AA n.25), como membros ativos ajudam na missão evangelizadora, anunciando Jesus, O Cristo – cabeça da nossa Igreja – movida pela ação do Espírito Santo (cf. AA n.3).
Hoje, seria impossível mantermos as estruturas de atuação das nossas comunidades eclesiais sem o apostolado dos leigos (cf. CIC §900).

O ministério dos leigos

Devemos lembrar que as portas sempre estiveram e continuam abertas para todo fiel que, como povo de Deus, queira participar e evoluir, a seu modo, do tríplice múnus de Cristo (cf. LG n.31), desenvolvendo a missão evangelizadora que Jesus Cristo deixou para nossa Igreja através dos frutos do Espírito Santo (cf. AA n.2).
Pelo chamado a um enobrecedor projeto de vida pessoal, sendo, pela graça, um instrumento para a construção do Reino de Deus (cf. CIC §2820), todo discípulo missionário deve engajar-se ativamente em algum ministério eclesial, ou em obras de ações sociais voltadas ao bem da comunidade, pois estando incorporado mais ativamente às obras divinas, produz frutos abundantes que o elevam ainda mais a um estado contemplativo de amizade com o Pai – servindo-O em ações de fraternidade, realizadas e reconhecidas em todas as missões exercidas para o bem comum dahumanidade (cf. Gl 6,10). “Consagram a Deus o próprio mundo” (LG n.34).
Para os leigos e leigas que ainda não conseguiram “reconhecer o chamado”, para a alegria dos Três Divinos, todos podem interceder em orações, clamando ao Espírito Santo para que ilumine a alma missionária desses irmãos, manifestando em seu interior o desejo de agir na difusão do Evangelho (cf. At 18,18.26; Rm 16,3).
Todos os leigos Incorporados a Cristo estão em plena comunhão com O Seu corpo que está vivo em nossa igreja – revelando em unidade – o sentido universal da graça alcançada em comunidade (cf. AA n.10).
O serviço ao próximo é um dos maiores testemunhos de fé do verdadeiro cristão, pois formando um só corpo em Cristo (cf. Rm 12,4-5), constroem-se um pedaço do céu terreno – onde Deus está a serviço de suas amadas criaturas (cf. Mc 10,45).
Movidos pelos dons e carismas recebidos do céu, a participação dentro das comunidades pastorais aproxima muitos irmãos que contemplam um grau mais elevado de espírito evangélico, ou seja, estando mais enraizados e fortalecidos de conhecimentos do plano de Deus, conseguem ser bons propagadores do Seu Reino (cf. AA n.5).
O envolvimento com a comunidade paroquial gera diversas oportunidades de formações “fides quaerens intellectum”, [fé em busca de entendimento – Santo Anselmo], estimulando a participação em cursos, palestras, estudos bíblicos, Teologia, grupos de orações e tantas outras providências do céu, que edificam e animam com a sabedoria divina e o discernimento humano [fé e razão], “valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e cultural” (DAp n.212). Pela graça, o verdadeiro amor da Santíssima Trindade ilumina os caminhos para ‘as coisas’ de Deus, fazendo com que se receba verdades de fé e de caridade plena ao próximo (cf. Rm 13,10).

Leigos – Discípulos missionários

Para os que já atuam em comunidades eclesiais, a perseverança é um dom que deve ser sempre animado pelo Espírito Santo, pois o cansaço e a fraqueza podem levar ao afastamento da missão. Por isso, é necessário “renovar seu carisma original” (DAp n.311). A obra necessita de cristãos com o coração extasiado pela paz do Senhor (cf. Jo 14,26-27).

Reflexão à luz do Espírito Santo

Com o resplandecer da Nova Primavera exaltada com imensa riqueza pastoral pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, agora, colhendo e semeando bons frutos dessa estação, a Igreja Católica no Brasil lança o Ano do Laicato (26 de novembro de 2017, a 25 de novembro de 2018), e coloca os cristãos laicos como protagonistas da Igreja em saída – sujeitos da evangelização no mundo.
A missão de anunciar a Boa-nova para o mundo tem seu início principalmente dentro das comunidades pastorais das igrejas, visto que, tendo Cristo como cabeça; o clero, os religiosos (as) e os leigos e leigas como seus membros, juntos, porém [evitando o clericalismo], mas com planejamento, vocação, visão apostólica, perseverança, fé, e principalmente muito amor ao próximo, fortalecem o Reino de Deus – aproximando os que mais necessitam, pela graça, conhecer o Amor e a Misericórdia Trinitária.
Caminhando e evangelizando através da caridade e não do proselitismo, mas sinalizando o bem maior da paz interior prometida por Jesus, o protagonismo dos leigos promove uma ação redentora, capaz de mostrar ao mundo, o quanto O Deus criador deste mundo pode transfigurar nossas vidas. Mas para isso é preciso que O conheçam melhor, pois é na vida que Ele se revela.
Fonte: Aleteia

Neve sobre São Pedro: fotos belíssimas da nevasca de ontem em Roma

Uma jornada incomum na Cidade Eterna

As fotos seguintes são compartilhadas a partir do site Passioxp.come da conta de Kevin Staley-Joyce no Instagram. Ambas as fontes são dicas do blog católico português Senza Pagare.















segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Registros de uma tarde de Oração - RCC










Você já foi misericordiado nesta Quaresma?

Você tem até o dia 31 de março para experimentar, a tempo de viver a melhor Páscoa da sua vida!

APáscoa deste ano será no dia 1º de abril, o que significa que temos até o dia 31 de março para nos prepararmos da melhor forma possível para viver com Cristo Ressuscitado a dádiva de ser ressuscitados com Ele.
Essa preparação inclui uma contrita e completa confissão sacramentalpara estarmos em graça – e, por sua vez, uma confissão completa exige o reconhecimento, o arrependimento sincero e a declaração a Deus, por meio do confessor, de todos os nossos pecados, mas também a reparação pela ofensa que os nossos pecados causaram a Deus e pelos danos que causaram ao próximo e a nós mesmos.
Tudo isso é fundamental, mas também é fundamental que nós nos permitamos a experiência da MISERICÓRDIA DE DEUS.
Não se trata de nos confessarmos por medo de ser punidos. Trata-se de confessar-nos porque, por amor, decidimos assumir seriamente o compromisso de viver como filhos de Deus, que O amam de todo o coração e que, não menos importante, SE DEIXAM AMAR POR ELE.

Ser “misericordiados”

Esta é a experiência que o Papa Francisco chama de “ser misericordiados“: permitir-nos receber plenamente a misericórdia amorosa de Deus com total confiança e espírito filial, superando os medos, os remorsos, as sombras, as dúvidas, as ansiedades, as inquietações, os traumas, as vergonhas.
E uma parte imprescindível da experiência de ser misericordiados é ter misericórdia dos nossos irmãos, pois receber misericórdia é indissociável de exercer misericórdia. É bem claro o que Jesus nos ensinou a rezar no Pai-Nosso:
Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido“.
Durante o Jubileu da Misericórdia (8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016), um dos aspectos que o Papa mais destacou foi justamente a necessidade de vivermos a misericórdia na prática e não apenas de palavra. Ao nos deixarmos “ser misericordiados” pelo Senhor, isto é, acolhidos pelo Seu amor apesar das nossas misérias, colhemos dessa experiência pessoal da misericórdia divina o fruto de abrir o nosso próprio olhar e o nosso coração ao próximo, que, assim como nós, também é cheio de misérias e precisa ser acolhido tanto por Deus quanto pelos outros.

Receber e distribuir misericórdia

É desse olhar misericordioso que brotam as 14 obras de misericórdia, que Cristo pediu que todos nós pratiquemos: as 7 obras de misericórdia corporal e as 7 obras de misericórdia espiritual. Elas são o verdadeiro exercício evangélico de deixar-se misericordiar por Deus e de viver nas obras a misericórdia pelo nosso irmão.
As 7 obras de misericórdia corporais:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.
As 7 obras de misericórdia espirituais:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
Bem disse São João da Cruz: “Ao entardecer desta vida, seremos julgados pelo amor“ – e não pelo que dizemos da boca para fora.

Aprofundando

Para saber mais sobre as 14 obras de misericórdia, acesse também:

Sem as 14 obras de misericórdia, a nossa fé é pura falsidade

A eficácia da água benta contra o demônio e as tentações

Quem dá seu testemunho é a própria Santa Teresa de Ávila

Retirado do
CAPÍTULO 31
[…]

2. Estava eu uma vez num oratório e apareceu-me para o lado esquerdo, em figura abominável; em especial reparei na boca, porque me falou e a tinha horrenda. Parece-me que lhe saía do corpo uma grande chama, que era toda clara, sem sombra. Disse-me de modo terrível que eu bem me tinha libertado de suas mãos, mas que ele me faria voltar a elas. Tive grande temor e benzi-me como pude; desapareceu e voltou logo. Por duas vezes me aconteceu isto. Eu não sabia que fazer de mim; tinha ali água benta e lancei-a para aquele lado e nunca mais voltou.
3. Outra vez esteve cinco horas atormentando-me com tão terríveis dores e desassossego interior e exterior, que julgo que mais já não se podia sofrer. As que estavam comigo estavam espantadas e não sabiam que fazer, nem eu de que me valer. Tenho por costume, quando as dores e o mal corporal são muito intoleráveis, fazer atos interiores conforme posso, suplicando ao Senhor que, se disso for servido, Sua Majestade me dê paciência e permaneça eu assim até ao fim do mundo.
    Desta vez, como vi tanto rigor no padecer, remediava-me com estes atos e determinações para o poder sofrer. Quis o Senhor que eu entendesse como era o demônio, porque vi ao pé de mim um negrito muito abominável, raivando como desesperado porque perdia onde pretendia ganhar. Eu, quando o vi, ri-me e não tive medo. Estavam ali algumas irmãs comigo que não me podiam valer nem sabiam que remédio dar a tanto tormento. É que eram grandes as pancadas que o demônio me fazia dar com o corpo e cabeça e braços, sem eu poder opor resistência e o pior era o desassossego interior, que, de nenhum modo, podia ter sossego. Não ousava pedir água benta para não causar medo às irmãs e para que não entendessem o que era.
4. De muitas outras vezes tenho experiência que não há coisa de que eles fujam mais para não voltar. Da cruz também fogem, mas voltam. Deve ser grande a virtude da água benta e para mim é particular e muito conhecida a consolação que sente a minha alma quando a tomo. É certo que o mais habitual é sentir uma consolação, que eu não a saberia dar a entender; é como um deleite interior que me conforta toda a alma. Isto não é capricho, nem coisa que me tenha acontecido uma só vez, senão muitíssimas e visto com muita advertência.  Digamos que é como se alguém estivesse com muito calor e sede e bebesse um jarro de água fria, que parece todo ele sentiu refrigério. Considero eu que grande coisa é tudo o que está ordenado, pela Igreja e consolo-me muito de ver que tenham tanta força aquelas palavras que assim a comunicam à água, para que seja tão grande a diferença que faz da que não é benta.
5. Pois, como não cessasse o tormento, disse: se não se rissem, pediria água benta. Trouxeram-ma e lançaram-na sobre mim e não surtiu efeito. Lancei-a para onde estava o demônio e, no mesmo instante, ele se foi, e se me tirou todo o mal, como se com a mão mo tirassem. Apenas fiquei cansada como se me tivessem dado muitas pancadas. Fez-me grande proveito ver que, não sendo ainda dele uma alma e um corpo, lhes faz tanto mal quando o Senhor lhe dá licença, que será, pois, quando ele os possuir como coisa sua? Deu-me de novo vontade de me livrar de tão ruim companhia.
6. Outra vez, ainda há pouco, aconteceu-me o mesmo, mas não durou tanto, e eu estava só. Pedi água benta às que entraram depois de já eles se terem ido e sentiram um cheiro muito mau como de pedra de enxofre. Eram duas freiras e é bem de crer que, por caso nenhum, diriam mentira. Eu não o senti; durou de maneira a poder-se aperceber bem disto.
[…]
9. Neste tempo também julguei, uma noite, que me estrangulavam. As que estavam ali deitaram muita água benta, e vi uma grande multidão deles fugir como quem se vai despenhando. São tantas as vezes que estes malditos me atormentam, e tão pouco o medo que eu lhes tenho, por ver que nem se podem mexer, se o Senhor lhes não dá licença, que cansaria a V Mercê e me cansaria a mim se eu lhas dissesse.
10. […] Só direi isto que me aconteceu numa noite de Finados. Estando eu num oratório, e tendo rezado um noturno e dizendo umas orações – que estão no fim do nosso Breviário e são muito devotas -, se me pôs um demônio sobre o livro para que eu não acabasse a oração. Eu benzi-me e ele desapareceu. Tornando eu a começar, voltou; creio que foram três vezes as que a comecei, e, enquanto lhe não deitei água benta, não pude acabar. E, no mesmo instante, vi que saíram algumas almas do purgatório, às quais devia faltar pouco, e pensei que era isto o que o demônio pretendia estorvar. Poucas vezes o tenho visto tomando forma corporal e muitas sem forma nenhuma, como na visão em que, sem forma, se vê claramente que está ali, como tenho dito.
[…]