sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Lei Grega que permite qualquer maior de 15 anos ‘escolher livremente seu gênero’ cria problemas para mosteiros.



A República de Monte Atos ou Monte Athos (Monte Sagrado, se traduzido do grego) é uma montanha e península na Grécia.
Embora pertença oficialmente ao território da Grécia, possui autonomia política e está sob a jurisdição direta da Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Para entrar em seu território é preciso permissão especial, ainda que a Grécia faça parte da União Europeia e tenha abolido os controles fronteiriços.
É habitado por cerca de 1500 monges ortodoxos distribuídos em vinte mosteiros principais. Cada um desses mosteiros elege seu próprio superior e os representantes para a Santa Assembleia, que exerce o poder legislativo em todo Monte Atos. Por tratar-se de um território habitado por monges, só podem entrar homens e animais do sexo masculino.
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É outra violação da lei de Deus, assim como a legislação existente que permite acordos de coabitação entre casais do mesmo sexo.”
Os monges ortodoxos do Monte Athos, na Grécia, fizeram votos de defender a sua secular proibição a todas as visitantes femininas, depois que uma nova lei da igualdade promovida pelo governo permitiu que os cidadãos mudem de gênero à sua vontade.
“À luz dessa legislação, perguntamo-nos que futuro nos resta”, escreveram os 20 mosteiros da península em uma carta ao governo grego. “É outra violação da lei de Deus, assim como a legislação existente, que permite acordos de coabitação entre casais do mesmo sexo e governa a educação religiosa em nossas escolas.”
Os monges reagiram à lei promulgada no dia 10 de outubro, que permite que os gregos de mais de 15 anos possam redefinir o seu gênero, independentemente de como ele foi registrado no nascimento.
Enquanto isso, a medida também foi condenada pelo Santo Sínodo que governa a Igreja Ortodoxa Grega, que afirmou que ela “afronta a sociedade, ataca a santidade da família, mina os valores cristãos e o senso comum e, acima de tudo, destrói os seres humanos”.
O Monte Athos, ou Agion Oros, um centro monástico desde o século IV, é constitucionalmente reconhecido como uma parte autônoma do norte da Grécia, com uma população de cerca de 2.260 monges de várias nacionalidades, sob a jurisdição do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
O jornal grego Kathimerini disse que a separação entre gênero e “condições fisiológicas”, promovida pela lei, tornaria mais difícil aplicar a proibição às mulheres – medida que data de uma aparição da Virgem Maria na Idade Média –, pois dá às mulheres o direito de se declararem homens ao visitarem a península.
O jornal afirmou que os ministros da Justiça e da Educação da Grécia, Stavros Kontonis e Kostas Gavroglou, visitaram o líder da Igreja, o arcebispo Jerônimo, de Atenas, nesta semana, em um esforço para “apaziguar as reações da Igreja”, mas disse que a lei foi apoiada em um “discurso acalorado” pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que insistiu ao parlamento que “nenhuma tradição, nenhuma ideia de família exige que as pessoas sejam jogadas de lado em um abismo social e institucional”.
Entre outras reações ortodoxas, o metropolita Kosmas, de Etólia, disse aos deputados em uma carta que a “lei inatural” promoveria a “depravação”, enquanto o metropolita Nikolaos, de Ftiótida, rotulou-a como uma “ação satânica”, que “infligiria a blasfêmia sobre o corpo humano”, acrescentando que os apoiadores estão tentando transformar a Grécia em “um Estado de pecado”.
Fonte: The Tablet

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