"Eu não tenho uma doença contagiosa, mas ele não sabia disso"
Há 4 anos, uma imagem rodou o mundo. Na Praça de São Pedro, o Papa Francisco encontrava Vinicio, um homem de 53 anos desfigurado pela neurofibromatose, uma doença genética que provoca a formação de dolorosos tumores pelo corpo.
Ele “não teve medo de me abraçar; enquanto ele me acariciava, eu só sentia seu amor”, contou Vinicio depois do encontro com o Papa Francisco.
“Primeiro, eu segurei a mão dele e, enquanto isso, com a outra mão, ele acariciou minha cabeça e minhas feridas. Depois, ele me deu um abraço bem forte, abraçou minha cabeça. Eu apoiei minha cabeça no peito dele e seus braços me envolveram. Ele me apertou forte, forte, como se quisesse me ninar, e não soltava. Tentei falar, dizer-lhe alguma coisa, mas não consegui: a emoção era forte demais. Isso durou pouco mais de um minuto, mas pareceu uma eternidade.”
Vinicio, natural de Isola (Itália), sofre de neurofibromatose tipo 1 (também conhecida como doença de Recklinghausen) desde os 15 anos, uma doença que ainda não tem cura.
“Os primeiros sinais apareceram depois dos meus 15 anos. Disseram-me que, aos 30, já estaria morto. Mas ainda estou aqui”, disse.
“As mãos do Papa são muito ternas. Ternas e bonitas. Seu sorriso é claro e aberto. Mas o que mais me impressionou foi o fato de ele não pensar duas vezes antes de me abraçar. Eu não tenho uma doença contagiosa, mas ele não sabia disso. Ele simplesmente foi lá e fez: acariciou todo o meu rosto e, enquanto fazia isso, eu só sentia seu amor.”
“Uma vez, no hospital, eu estava trocando de roupa quando um médico entrou na sala. Ele olhou para mim e ficou imóvel – contou Vinicio –. Um pouco mais tarde, ele foi me pedir desculpas. Contou-me que, na África, ele tinha visto doenças terríveis, mas nunca tinha se deparado com algo tão devastador. Suas palavras me impressionaram muito.”
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