No dia 12 de fevereiro, completou-se 209 anos do nascimento de Charles Darwin, o reconhecido cientista que propôs a teoria da evolução através da seleção natural, um processo de transformação das espécies por meio de mudanças produzidas em gerações sucessivas.
O trabalho de Darwin, que foi divulgado em 1859, é aceito hoje por praticamente todos os cientistas. Entretanto, esta teoria é compatível com a fé católica?
Pe. Jorge Loring, em seu livro ‘Para Salvar-te’, afirmou sobre a teoria de Darwin que, embora “o corpo possa vir por evolução”, não ocorreria o mesmo com a alma de uma pessoa, porque esta “é espiritual”.
“Há muitos teólogos católicos que defendem esta teoria, que não é condenada pela Igreja. A partir da fé e da filosofia, não há inconveniente em admitir a teoria da evolução”, acrescentou.
Por sua parte, Pe. Mariano Artigas, doutor em filosofia, física e teologia, adverte em seu livro ‘As fronteiras do evolucionismo’ que o fato da evolução “é uma hipótese e não há algo cientificamente indiscutível. Afirma-se, mas não se prova”.
Em 1950, o Papa Pio XII afirmou na encíclica Humani Generis que o Magistério da Igreja não proíbe “que nas investigações e disputas entre homens doutos de ambos os campos se trate da doutrina do evolucionismo, que busca a origem do corpo humano em matéria viva preexistente”. Porém, enfatizou que “a fé nos obriga a reter que as almas são diretamente criadas por Deus”.
O próprio Darwin disse ao final de seu livro ‘A origem das espécies’ que “é grandioso o espetáculo das forças variadas da vida que Deus infundiu nos seres criados, fazendo-os se desenvolver em formas cada vez mais belas e admiráveis”.
O Pew Research Center reuniu 6 fatos sobre o que as pessoas pensam em relação à evolução.
1. A minoria dos norte-americanos aceita a evolução
Segundo o estudo Religious Landscape Study, aproximadamente 6 de cada 10 adultos norte-americanos (62%) dizem que os seres humanos evoluíram com o tempo. Entretanto, 33% do total expressa a crença de que os seres humanos e outros seres vivos evoluíram exclusivamente devido aos processos naturais.
Um quarto dos adultos norte-americanos (25%) diz que a evolução foi guiada por um ser supremo.
A mesma pesquisa indicou que 34% dos norte-americanos rejeitam completamente a evolução.
2. A maioria dos cientistas acredita que os seres humanos evoluíram com o tempo
De acordo com uma pesquisa de 2014 sobre ciência e sociedade, enquanto 98% dos cientistas da ‘Associação Norte-americana para o Avanço da Ciência’ acreditam que os seres humanos evoluíram com o tempo, apenas dois terços (66%) dos norte-americanos, em geral, acreditam que os cientistas estejam de acordo sobre a evolução.
O público em geral que rechaça a evolução está dividido sobre se existe um consenso científico a respeito do tema: ‘47% diz que os cientistas estão de acordo com a evolução e 46% diz que não.
3. Decisões judiciais proíbem o ensinamento do Design Inteligente em escolas públicas
A teoria do Design Inteligente aponta a uma inteligência superior que deve ter criado a complexidade do sistema da criação.
Apesar dos esforços de muitos estados e cidades norte-americanas por proibir o ensino da evolução em escolas públicas e ensinar alternativas à evolução, os tribunais negaram nas últimas décadas os planos de estudo que se desviam da teoria evolutiva.
4. As igrejas protestantes são mais propensas a rechaçar a evolução nos EUA
Segundo o estudo Religious Landscape Study, uma sólida maioria (57%) de protestantes assegura que os seres humanos e outros seres vivos sempre existiram em sua forma atual.
Estas opiniões se refletem em grande medida nas posições das grandes igrejas protestantes, assim como, em muitos casos, na maioria de seus membros.
5. A maioria dos norte-americanos afirma que ciência e religião costumam estar em conflito
Segundo uma pesquisa de 2015, a maioria dos norte-americanos (59%) afirma que a ciência e a religião estão frequentemente em conflito. Entretanto, os que são mais praticantes de sua religião são menos propensos que outros a ver este “choque”.
Entre os que vão à igreja ao menos uma vez por semana, a metade (50%) considera que a religião e a ciência estão em conflito, em comparação aos que raramente ou nunca vão à igreja (73%).
Ao mesmo tempo, a maioria das pessoas (68%) diz que suas próprias crenças religiosas pessoais não chocam com a doutrina científica aceita.
6. Comparado aos Estados Unidos, em outros países a evolução é mais rejeitada
Na América Latina, aproximadamente 4 de cada 10 habitantes de vários países – incluindo Equador, Nicarágua e República Dominicana – dizem que os seres humanos e outros seres vivos sempre existiram em sua forma atual.
Isso ocorre mesmo quando os ensinamentos oficiais do catolicismo, que é a religião majoritária na região, não rejeitem a evolução.
Por outro lado, os muçulmanos em muitas nações estão divididos. Entretanto, a maioria dos países, como Afeganistão, Indonésia e Iraque, rejeitam a evolução.
Fonte: Blog do Carmadélio
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